Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), cerca de 60 milhões de pessoas no mundo têm Transtorno Afetivo Bipolar (TAB), sendo considerado uma das principais causas de redução do tempo de vida e saúde na população entre 15 e 44 anos de idade, ultrapassando causas como guerra, violência e esquizofrenia.
É importante entender que o Transtorno Afetivo Bipolar é uma doença, e não uma fraqueza pessoal. Este distúrbio mental consiste na alternância entre episódios depressivos e episódios de euforia (também chamada de mania ou hipomania, dependendo da intensidade) e casos em que há uma mescla de episódios depressivos com os de euforia. Esta alternância se dá em fases de duração variável, onde a fase depressiva é geralmente igual ou superior a 15 dias, e a fase de euforia dura ao menos quatro dias. Tudo isso intercalado com fases de normalidade (eutimia).
Nos episódios depressivos, além do humor depressivo ou irritável, podem ocorrer: alterações de energia (lentidão, falta de energia), pensamento (ideias negativas, culpa excessiva, desesperança), perda do prazer na vida, apetite (aumento ou diminuição), cognitiva (falta de concentração; esquecimentos; dificuldade para tomar decisões), comportamento (isolamento social; irritabilidade); pensamentos de morte e de suicídio.
Nos episódios de euforia, além da exaltação do humor (eufórico, expansivo ou irritável), podem ocorrer: alterações de energia (agitação, pensamento e fala rápidos), sono (insônia ou necessidade de dormir pouco), apetite (falta ou excesso de apetite), comportamento (dificuldade de concentração e memória, agressividade, compras compulsivas e hábitos de risco, como sexo sem proteção) e pensamento (delírios e alucinações).
Além destes sintomas, é comum a associação deste transtorno mental com outras doenças clínicas e mentais, como problemas cardiovasculares, diabetes tipo 2, abuso de álcool e drogas, transtorno de personalidade e transtorno do déficit de atenção e hiperatividade (TDAH).
O diagnóstico do transtorno bipolar é clínico, com base no histórico do paciente, pois ainda não há exames de imagem ou laboratório para detectar a doença. O tratamento inclui medidas farmacológicas e não farmacológicas. Dentre as farmacológicas, podem ser utilizados os estabilizadores de humor (como o Carbonato de Lítio), os anticonvulsivantes (como o Ácido Valpróico) e antipsicóticos (como a Olanzapina), de acordo com cada caso. As não farmacológicas incluem sessões psicoterapia e psicoeducação, para melhor entendimento sobre o transtorno, como prevenir novas crises e como lidar melhor com esta condição.
Em cerca de 60% dos casos, os sintomas se manifestam na adolescência, mas só são descobertos na idade adulta. Em média, devido a vários fatores, como diagnósticos e tratamentos equivocados, desconhecimento sobre como a doença se manifesta, entre outros, transcorrem cerca de 10 anos entre a manifestação do primeiro sintoma pelo paciente e o diagnóstico e tratamento corretos para a doença, gerando sofrimento e um grande impacto negativo na vida do paciente e seus familiares. Desse modo, é fundamental que a pessoa que apresente a sintomatologia inerente à doença — não necessariamente todos os sintomas — passe por uma avaliação médica psiquiátrica de qualidade, realizando o diagnóstico e tratamento, o mais breve possível.
Referências:
Bipolar Foundation
ABRATA
WHO
Bipolar UK
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