O TOC não é uma simples mania, é uma doença que obriga seus portadores a realizarem atos compulsivos – sejam eles físicos ou mentais – com o propósito de aliviar a ansiedade e o incômodo causados por pensamentos desagradáveis que aparecem de forma constante em suas mentes.
Preocupar-se excessivamente com limpeza, lavar as mãos a todo o momento, revisar diversas vezes portas, janelas ou o gás antes de deitar, não usar roupas vermelhas ou pretas, não passar em certos lugares com receio de que algo ruim possa acontecer depois, não sair de casa em determinadas datas, ficar aflito caso os objetos sobre a escrivaninha não estejam dispostos de uma determinada maneira, são alguns exemplos de ações popularmente consideradas manias e que, na verdade, são sintomas de um transtorno: o transtorno obsessivo-compulsivo, ou TOC.
Conforme dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), até 2020 o TOC estará entre as dez causas mais importantes de comprometimento por doença.
No Brasil, cerca de 4 milhões de pessoas são portadoras de TOC, mas a maior parte delas não é diagnosticada ou tratada e, provavelmente, nem sabem que isso é uma doença tratável.
O TOC é considerado uma doença mental grave, pois está entre as dez maiores causas de incapacitação, de acordo com a Organização Mundial de Saúde; acomete preferencialmente indivíduos jovens ao final da adolescência e, muitas vezes, começa ainda na infância; apresenta curso crônico, levando ao sofrimento e até incapacitação ao longo de toda a vida se não tratado, podendo acarretar sérias limitações à convivência com a família e com as outras pessoas e no trabalho.
Seus principais sintomas envolvem alterações dos pensamentos (preocupações excessivas, dúvidas, pensamentos de conteúdo impróprio ou ruim, obsessões), do comportamento (rituais ou compulsões, repetições, hesitações), e das emoções (medo, desconforto, aflição, culpa, depressão).
Alterações do Pensamento
Obsessões são pensamentos, ideias, imagens, palavras, frases, números ou impulsos que invadem a consciência da pessoa de forma repetitiva e persistente. Sentidas como estranhas ou impróprias, geralmente são acompanhadas de desconforto, medo, angústia, culpa ou desprazer. O indivíduo obsessivo, mesmo desejando ou se esforçando, não consegue afastá-las ou suprimi-las de sua mente. Apesar de serem consideradas absurdas ou ilógicas, as obsessões causam aflição e levam a pessoa a fazer algo (rituais ou compulsões) ou a evitar fazê-lo (hesitações) para livrar-se do medo ou do desconforto.
As obsessões mais comuns se relacionam-se com: sujeira, contaminação dúvidas simetria, perfeição, exatidão ou alinhamento impulsos ou pensamentos de ferir, insultar ou agredir outras pessoas sexo ou obscenidades armazenar, poupar, guardar coisas inúteis ou economizar preocupações com doenças ou com o corpo religião (pecado, culpa, escrúpulos, sacrilégios ou blasfêmias) pensamento mágico (números especiais, cores, datas e horários).
Alterações do Comportamento
Compulsões ou rituais são comportamentos ou atos mentais voluntários e repetitivos executados em resposta a obsessões ou em virtude de regras que devem ser seguidas rigidamente. Os exemplos mais comuns são lavar as mãos, fazer verificações, contar, repetir frases ou números, alinhar, guardar ou armazenar, repetir perguntas, etc. As compulsões aliviam momentaneamente a ansiedade, levando o indivíduo a executá-las toda vez que sua mente é invadida por uma obsessão acompanhada de aflição. Nem sempre têm conexão realística com o que desejam prevenir, por exemplo, alinhar os chinelos ao lado da cama antes de deitar para que não aconteça algo de ruim no dia seguinte; dar três batidas em uma pedra da calçada ao sair de casa, para que a mãe não adoeça). Nesse caso, as compulsões ou rituais são chamados de mágicos.
As compulsões mais comuns são: de lavagem ou limpeza, verificações ou controle, repetições ou confirmações, contagens, ordem, arranjo, simetria, sequência ou alinhamento e acumular, guardar ou colecionar coisas inúteis. As compulsões mentais mais comuns são: rezar, repetir palavras, frases, números diversas: tocar, olhar, bater de leve e confessar.
Além disso, os portadores do TOC sofrem de muitos medos (de contrair doenças, de cometerem falhas, de serem responsáveis por acidentes). Em razão desses medos, evitam fazer coisas que de acordo com o que acreditam poderia provocar tais desastres, resultando em comportamentos evitativos frequentes (não tocar em trincos de portas, não cumprimentar outras pessoas, não usar banheiros públicos, etc.), que em geral, é o que gera a maior limitação do transtorno.
Felizmente, têm sido desenvolvidos novos métodos de tratamento, utilizando medicamentos e psicoterapia (terapia cognitivo-comportamental), que conseguem reduzir os sintomas e, muitas vezes, eliminá-los completamente.
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